O ômega 3 é um ácido graxo poliinsaturado presente principalmente em peixes gordurosos e alguns óleos vegetais (como o de canola e nozes). Já existem mais de 12.000 estudos sobre essa família de gorduras, comprovando seu efeito benéfico para a saúde humana. Na década de 20, o princípio ativo do ômega 3 foi classificado como uma vitamina, a "vitamina F", e na década de 30 os cientistas começaram a pesquisar grupos de esquimós que habitavam a região da antártica. Neles foi constatada a ausência de casos de arteriosclerose. Como essas populações baseiam sua alimentação no consumo de peixes e outros animais marinhos, poderia haver uma relação da alimentação desses povos com esta baixa ocorrência de doenças ligadas ao sistema circulatório, o que foi comprovado posteriormente. Todos os peixes possuem ômega 3, ainda que seu teor seja diferenciado em cada espécie.
Os principais ácidos graxos da família ômega 3 são: ácido α-linolenico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA).
Estudos clínicos de diversas partes do mundo demonstraram a importância do ômega 3 na redução dos níveis de triglicérides e colesterol do sangue. Além disso o DHA mostrou-se essencial no desenvolvimento do cérebro e da retina do recém nascidos, daí sua importância também na dieta infantil.
O ômega 3 provoca a diminuição do LDL e aumento de HDL. Dessa forma, tem um efeito benéfico na prevenção de doenças arteriais. Seus principais efeitos estão ligados aos sistemas circulatório e neural. O ômega 3 diminui o nível de triglicérides e colesterol (LDL) no sangue, ajuda a prevenir danos vasculares como formação de coágulos e agregação plaquetária (aumentando a fluidez do sangue) e melhora o ritmo cardíaco. Além disso, melhora o sistema imunológico e o aspecto da pele (dando uma aparência aveludada), combate o stress, melhora a concentração e a memória e faz a prevenção de doenças cerebrais degenerativas.
A revisão de literatura pertinente sugere que o manuseio da inflamação intestinal com nutrientes com ômega 3 apresenta perspectivas interessantes e promissoras. Os dados iniciais sugerem que a provisão parenteral de ômega 3 seria uma ótima indicação para colites agudas. Nas investigações atuais, pode-se concluir que o ômega 3, modifica as manifestações inflamatórias da colite. O ômega 3, associado ao ômega 6, possui grande impacto benéfico, atenuando as conseqüências morfológicas e inflamatórias e diminuindo as concentrações de eicosanóides pró-inflamatórios nos tecidos.
Pesquisas recentes têm demonstrado o efeito antiinflamatório do ômega 3 principalmente por inibir as prostaglandinas e os leucotrienos, principalmente o B4, que estimula a formação de radicais livres nas articulações comprometidas. A utilização do ômega 3 em uma dieta balanceada é eficiente e tem proporcionado excelentes resultados em patologias como: artrite reumatóidea, psoríase, colesterolemia e em diversos quadros inflamatórios.
O médico Alexander Leaf e sua equipe da Escola de Medicina de Harvard realizaram testes em ratos para descobrir como esses óleos protegem o coração. Eles examinaram em microscópio as células cardíacas de fetos de ratos. Os médicos examinaram os efeitos de uma variedade de substâncias, incluindo óleos ômega 3, nessas células e descobriram que os óleos ajudam a prevenir contra batidas cardíacas irregulares. Eles acreditam que os óleos bloqueiam correntes excessivas de sódio e cálcio no coração, que provocariam, por sua vez, descargas elétricas excessivas e erráticas no coração.
Em um artigo publicado pela revista Circulation (Circulação), da Associação Americana do Coração, os cientistas disseram que "experiências com animais mostraram que os ácidos graxos ômega 3 permanecem na membrana das células cardíacas e ajudam a prevenir ataques cardíacos súbitos ou arritmias fatais".
A gordura da dieta tem um importante papel na ocorrência de doenças cardíacas. Mas os esquimós, mesmo consumindo grandes quantidades de gordura e de colesterol (devido as necessidades energéticas pelas condições ambientais), têm baixa prevalência de infarto do miocárdio. Isso ocorre porque o perfil lipídico do plasma dessa população é muito diferente da população do norte da Europa. Os esquimós têm baixas concentrações de lipídeos totais, de colesterol, de triglicérides, das LDL e das VLDL. Além disso, observa-se elevados níveis das HDL, principalmente nos homens. A causa desse perfil é a dieta, composta predominantemente por alimentos marinhos. Os esquimós consomem, em média, 500 g/dia de peixes e uma elevada quantidade de gorduras, principalmente de ácidos graxos poliinsaturados e monoinsaturados. Sendo que o total de ácidos graxos poliinsaturados da família ômega 3 é de 5 a 10 g/dia.
Estudos epidemiológicos têm documentado uma relação (dose-resposta) entre a ingestão de alimentos do mar, com elevada razão w-3/w-6 e a redução da mortalidade por doenças cardíacas coronarianas. Portanto, o consumo de peixes oleosos frescos ou congelados é a melhor maneira de proteger o coração.
6- Referências Bibliográficas:
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7. Cukier C, Waitzberg DL, Soares SR, Logullo AF, Bacchi CE, Travassos VH, Saldiva PH.
É o famoso salmão da semana. É interessante saber outros alimentos que também contém. Mostra que é bom sempre comer a maior variedade possível de alimentos.
ResponderExcluirIntessante a questão dos esquimós! Eles precisam de muita gordura, mas têm as gorduras certas, por isso possuem baixa propensão a infartos...
ResponderExcluirSeguem alguns dos campeões em ômega 3:
ResponderExcluirArenque
Atum
Cavalinha
Óleo de fígado de peixe
Salmão
Sardinha
Tentei botar a tabela com as proporções de cada espécie, mas não consegui... as configurações do blog não permitiram...
hoej vi um médico na tv falando que comia salmao 10x por semana!! será que alta ingestão de omega 3 pode causar algum problema?
ResponderExcluirBom, os esquimós comem de 5 a 10g de ômega 3 por dia!!! Não sei se eles têm algum problema de saúde característico...
ResponderExcluirSei que ele não é recomendado para pessoas que usam AAS (medicamento), pq o AAS afina o sangue. Como o ômega3 limpa os vasos sanguíneos, há o risco de se sobrecarregar o sistema circulatório.