terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Mar.... e o Homem

Afinal, o semestre acabou, e as tão esperadas férias de “julho” estão batendo na porta. Depois de um semestre de leituras e textos, o que ficou de todo esse blablablá?
O ser humano tem o péssimo hábito de acreditar que está acima de tudo e de todos. É importante, porém, começarmos a observar o que há em nossa volta, e procurarmos conviver em harmonia com o meio. A Terra é chamada de Planeta Azul por um motivo, e a gigantesca quantidade de água que dá a cor do apelido tem uma participação na biota do mundo muito maior do se percebe.

(Imagem: "Revenge of the Sea")
A chamada “mentalidade marítima” de um povo é a compreensão da essencial dependência do mar para a sua sobrevivência histórica. Possuir tal mentalidade implica reconhecer a relevância dos oceanos, e, a partir daí, buscar o desenvolvimento de costumes, hábitos e atitudes com a intenção de utilizar, sempre de forma sustentável, as potencialidades do mar.
As civilizações Grega, Cretense e Fenícia correspondem ao mais antigo registro de interesse pelo mar e de percepção de sua importância (mentalidade marítima). Há mais de 3 mil anos esses povos desenvolveram técnicas e métodos surpreendentes de conquista e colonização, precisamente aproveitando as oportunidades que eram oferecidas pelo mar; e há séculos produtos naturais de origem marinha são utilizados com propósito medicinal e nutricional.
É evidente que o mar é uma das fontes mais diversificadas e promissoras para fabricação de produtos de diversos tipos, pois uma imensa variedade de compostos químicos é naturalmente criada por organismos marinhos. Esses compostos possuem caráter singular, uma vez considerado que as condições do ambiente marinho diferem em muito das do ambiente terrestre. Ademais, o hábito séssil característico de uma grande parte dos organismos direciona uma evolução que favoreça a produção de toxinas e substâncias utilizadas na defesa, na comunicação, e na reprodução dos seres.

Já é fato estabelecido que o desenvolvimento de uma mentalidade marítima em uma população é crucial para o seu desenvolvimento econômico, político e militar. A poluição de mais de 80% dos oceanos é de origem terrestre e antrópica, sendo o despejo de esgotos domésticos e de efluentes industriais uma pequena porção da interferência negativa que a ação humana causa aos mares, e danos ao ambiente marinho comprometem todos os seres vivos. Se ecologia e conservação não são razões suficientes para zelar e proteger ferrenhamente o mar, a enormidade de recursos que podem ser aproveitados pelo homem e os benefícios que o habitat em equilíbrio traz para o mesmo constituem motivos fortes o bastante para a atenção global ser voltada para a preservação marítima.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Crustáceos permitem regenerar pele



Cientistas chilenos desenvolveram, separadamente, novas técnicas de regeneração da pele ferida, a partir de crustáceos e células-mãe, com as quais será possível o tratamento de queimaduras e cicatrizes. Químicos da Universidade de Concepción encontraram nas carapaças dos crustáceos uma substância chamada quitina, que, depois de transformada em quitosano e com aditivos e plastificantes, converte-se no perfeito substituto da pele humana. «É usada (...) como suporte do crescimento que vai restaurando a mesma pele da pessoa sem deixar marcas», explicou o investigador Galo Cárdenas, salientando a compatibilidade da substância com o organismo humano. Além disso, a pele artificial é elástica, transparente e biodegradável, evitando a recuperação dolorosa. A invenção, que foi testada em 50 doentes, poderá ser vendida brevemente nas farmácias a 35 dólares (26,4 euros) por cada dez centímetros quadrados. Paralelamente, investigadores da Universidade de Valparaíso, juntamente com colegas das universidades de Playa Ancha e Federico Santa María, continuam a trabalhar para gerar pele a partir de células-mãe, uma metodologia que promete uma recuperação maior com menos rejeição por parte do paciente, já que se trata de células da mesma pessoa. De acordo com Manuel Young, director do Centro de Biotecnologia da Universidade Federico Santa María, as células mesenquimáticas, que se reproduzem rapidamente, são capazes de formar novos tecidos e permitem uma regeneração da pele de forma mais saudável e com menos cicatrizes.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ômega 3

O ômega 3 é um ácido graxo poliinsaturado presente principalmente em peixes gordurosos e alguns óleos vegetais (como o de canola e nozes). Já existem mais de 12.000 estudos sobre essa família de gorduras, comprovando seu efeito benéfico para a saúde humana. Na década de 20, o princípio ativo do ômega 3 foi classificado como uma vitamina, a "vitamina F", e na década de 30 os cientistas começaram a pesquisar grupos de esquimós que habitavam a região da antártica. Neles foi constatada a ausência de casos de arteriosclerose. Como essas populações baseiam sua alimentação no consumo de peixes e outros animais marinhos, poderia haver uma relação da alimentação desses povos com esta baixa ocorrência de doenças ligadas ao sistema circulatório, o que foi comprovado posteriormente. Todos os peixes possuem ômega 3, ainda que seu teor seja diferenciado em cada espécie.


Os principais ácidos graxos da família ômega 3 são: ácido α-linolenico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA).
Estudos clínicos de diversas partes do mundo demonstraram a importância do ômega 3 na redução dos níveis de triglicérides e colesterol do sangue. Além disso o DHA mostrou-se essencial no desenvolvimento do cérebro e da retina do recém nascidos, daí sua importância também na dieta infantil.


O ômega 3 provoca a diminuição do LDL e aumento de HDL. Dessa forma, tem um efeito benéfico na prevenção de doenças arteriais. Seus principais efeitos estão ligados aos sistemas circulatório e neural. O ômega 3 diminui o nível de triglicérides e colesterol (LDL) no sangue, ajuda a prevenir danos vasculares como formação de coágulos e agregação plaquetária (aumentando a fluidez do sangue) e melhora o ritmo cardíaco. Além disso, melhora o sistema imunológico e o aspecto da pele (dando uma aparência aveludada), combate o stress, melhora a concentração e a memória e faz a prevenção de doenças cerebrais degenerativas.


A revisão de literatura pertinente sugere que o manuseio da inflamação intestinal com nutrientes com ômega 3 apresenta perspectivas interessantes e promissoras. Os dados iniciais sugerem que a provisão parenteral de ômega 3 seria uma ótima indicação para colites agudas. Nas investigações atuais, pode-se concluir que o ômega 3, modifica as manifestações inflamatórias da colite. O ômega 3, associado ao ômega 6, possui grande impacto benéfico, atenuando as conseqüências morfológicas e inflamatórias e diminuindo as concentrações de eicosanóides pró-inflamatórios nos tecidos.

Pesquisas recentes têm demonstrado o efeito antiinflamatório do ômega 3 principalmente por inibir as prostaglandinas e os leucotrienos, principalmente o B4, que estimula a formação de radicais livres nas articulações comprometidas. A utilização do ômega 3 em uma dieta balanceada é eficiente e tem proporcionado excelentes resultados em patologias como: artrite reumatóidea, psoríase, colesterolemia e em diversos quadros inflamatórios.


O médico Alexander Leaf e sua equipe da Escola de Medicina de Harvard realizaram testes em ratos para descobrir como esses óleos protegem o coração. Eles examinaram em microscópio as células cardíacas de fetos de ratos. Os médicos examinaram os efeitos de uma variedade de substâncias, incluindo óleos ômega 3, nessas células e descobriram que os óleos ajudam a prevenir contra batidas cardíacas irregulares. Eles acreditam que os óleos bloqueiam correntes excessivas de sódio e cálcio no coração, que provocariam, por sua vez, descargas elétricas excessivas e erráticas no coração.


Em um artigo publicado pela revista Circulation (Circulação), da Associação Americana do Coração, os cientistas disseram que "experiências com animais mostraram que os ácidos graxos ômega 3 permanecem na membrana das células cardíacas e ajudam a prevenir ataques cardíacos súbitos ou arritmias fatais".


A gordura da dieta tem um importante papel na ocorrência de doenças cardíacas. Mas os esquimós, mesmo consumindo grandes quantidades de gordura e de colesterol (devido as necessidades energéticas pelas condições ambientais), têm baixa prevalência de infarto do miocárdio. Isso ocorre porque o perfil lipídico do plasma dessa população é muito diferente da população do norte da Europa. Os esquimós têm baixas concentrações de lipídeos totais, de colesterol, de triglicérides, das LDL e das VLDL. Além disso, observa-se elevados níveis das HDL, principalmente nos homens. A causa desse perfil é a dieta, composta predominantemente por alimentos marinhos. Os esquimós consomem, em média, 500 g/dia de peixes e uma elevada quantidade de gorduras, principalmente de ácidos graxos poliinsaturados e monoinsaturados. Sendo que o total de ácidos graxos poliinsaturados da família ômega 3 é de 5 a 10 g/dia.

Estudos epidemiológicos têm documentado uma relação (dose-resposta) entre a ingestão de alimentos do mar, com elevada razão w-3/w-6 e a redução da mortalidade por doenças cardíacas coronarianas. Portanto, o consumo de peixes oleosos frescos ou congelados é a melhor maneira de proteger o coração.






6- Referências Bibliográficas:
1. Alexander JW. Immunonutrition: the role of w-3 fatty acids. Nutrition 1998;14:627-33.
2. Aslan AMD, Triadafilopoulos GMD. Fish oil fatty acid supplementation in active ulcerative colitis: a double-blind, placebo-controlled, crossover study. Am J Gastroenterol 1992;87:432-7.
[ Medline ]
3. Calder PC. Immunomodulatory and the anti-inflamatory effects of n-e polyunsaturated fatty acids. Proc Nutr Soc 1996;55:737-74.
4. Campbell JM, Fahey GC, Lichtensteiger CA, Demichele SJ, Garleb KA. An enteral formula containing fish oil, indigestible oligosaccharides, gum arabic and antioxidants affects plasma and colonic phospholipid fatty acid and prostaglandin profiles in pigs. J Nutr 1997;127:137-45.
[ Medline ]
5. Campos FG, Waitzberg DL, Plopper C, Terra RM, Habr-Gama A. Ácidos graxos de cadeia curta e doenças colo-retais. Rev Bras Nutr Clin 1998;13:276-85.
6. Carpentier YA, Simoens C, Siderova V, Vanweyenberg V, Eggerickx D, Deckelbaum RJ. Recent developments in lipid emulsions: relevance to intensive care. Nutrition 1997;13 Suppl:73-8.
7. Cukier C, Waitzberg DL, Soares SR, Logullo AF, Bacchi CE, Travassos VH, Saldiva PH.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Espécies Ornamentais Marinhas



Em 2003 assistimos à estória de um peixe palhaço que foi retirado de seu ambiente original para ser colocado em um aquário em local muito distante. O filme “Procurando Nemo” ilustra a crescente procura por espécies marinhas em todo o mundo. A beleza de espécies de recifes as tornam populares entre os aquaristas.

Apesar de a maior parte das espécies ornamentais de água doce serem atualmente cultivadas, praticamente todas as espécies de peixes e invertebrados marinhos utilizadas no aquarismo são provenientes de recifes de corais e suas cercanias (Wood, 2001a). Cerca de 25 espécies são cultivadas para esse comércio, mas aproximadamente 98% são retiradas diretamente da natureza (Moe, 1999 – citado em Wood, 2001a).

São 45 os países fonte desses organismos, e os mais importantes são Indonésia e Filipinas, mas Brasil, Maldivas, Vietnam, Sri Lanka e Havaí também são grandes exportadores (Wood, 2001a). Os principais destinos são Estados Unidos, Europa e Japão, com estimativas de US$ 28-30 milhões por ano em importações para esses países (dados de 1992-1998 – Wood, 2001a).

O Brasil é um dos maiores fornecedores de cavalos marinhos para o comércio mundial. Rosa et. al. (2006) monitoraram o comércio de cavalos marinhos e peixes cachimbo em Salvador, Bahia. Esses animais são coletados, em sua maioria, manualmente, em mergulho livre (até 7 metros), por pescadores que os vendem para revendedores. Todas as espécies de cavalo marinho estão incluídas na listagem da CITES (Convention on International Trade of Endangered Species), o que requer dos países fonte dessas espécies comprovação de que a retirada da natureza não está prejudicando significativamente as populações na natureza.

A crescente demanda pelo setor nos leva a questionar a sustentabilidade dessa atividade. Devido ao caráter altamente seletivo, à grande sensibilidade dos ambientes dos quais são retirados e ao número de indivíduos coletados, o potencial para uma exploração prejudicial é alto.

Calcula-se que estejam envolvidas mais de mil espécies de peixes e centenas de espécies de invertebrados (Wood, 2001b).

Ao impacto direto da retirada de espécies ornamentais de seus habitats somam-se os impactos relacionados, como mudanças na ecologia dos recifes de corais, degradação desse ambiente devido a técnicas invasivas de coleta, como o uso de cianeto e outros venenos, e a introdução de espécies exóticas (Padilla & Williams, 2004).

É necessário implementar ações para promover a preservação dos organismos e prover o mercado de espécies ornamentais marinhas. Wood (2001b) sugere algumas adaptações que poderiam amenizar a situação, como o uso de métodos de coleta aceitáveis, diminuindo a morte de organismos pós-coleta e os danos causados aos recifes de corais; delimitação do número de coletores, volume de exportação, tamanho e número de organismos por coletor; proteção de espécies raras ou espécies chave; delimitação de áreas permitidas e definição de épocas de coleta proibidas; além de monitoramento adequado.

Padilla, D. K. & Williams, S. L. 2004. Beyond ballast water: aquarium and ornamental trades as sources of invasive species in aquatic ecosystems. Front. Ecol. Environ. 2(3): 131-138.

Rosa, I. L.; Sampaio, C. L. S.; Barros, A. T. Collaborative monitoring of the ornamental trade of seahorses and pipefishes (Teleostei: Syngnathidae) in Brazil: Bahia State as a case study. Neotrop. Ichthyol. 4(2):247-252.

Wood, E.M. 2001a. Collection of coral reef fish for aquaria: global trade, conservation issues and management strategies. Marine Conservation Society, UK. 80pp.

Wood E.M. 2001b. Global Advances in Conservation and Management of Marine Ornamental Resources. Aquar. Sci. Conserv. 3: 65–77.

domingo, 4 de julho de 2010

Algas Marinhas, Fonte de Saúde!


Não há ou talvez haja poucos alimentos ricos em vitaminas, minerais e micronutrientes como as algas. Dentre esses micronutrientes estão os oligo-elementos. Os oligo-elementos apesar de traços ínfimos, presentes em certas substâncias minerais não podem ser negligenciados por um organismo saudável. Elementos tais como o ouro, a prata, a platina, o rubídio, o níquel, o boro, podem soar estranhos como participantes do nosso corpo, mas na verdade tem função imprescindível dentro de nós. São ingeridos de forma natural, pois estão presentes no sal marinho não refinado, e em muitos produtos alimentares de origem vegetal e algas.


Em nenhum outro alimento, porém, se conhece uma congragação tão intensa de todos os mais importantes macro e micro elementos minerais. A maioria das algas contem bastane iodo, mas até que a água do mar. A composição química varia segundo a espécie, o grau de maturidade, o local da recolha e as estações do ano. Dentre as várias vitaminas como A, B1, B2, B6, B12, C, D, E, K, PP. Algumas algas contem vitamina B12 em quantidades comparáveis às encontradas ao fígado bovino, e vitamina E em quantidades semelhantes as encontradas no gérmem de trigo. Apesar de conterem vitaminas e minerais como carro chefe dos nutrientes em abundancia, algas podem contem boas quantidades de componentes proteicos, lipídicos e glicídicos.



Dentre as espécies de algas mais consumidas no mundo está a Porphyra tenera, conhecida como alga Nori, amplamente utilizada na culinária japonesa e difundida culturalmente pelos imigrantes japoneses no Brasil. Essa alga fica preta ou roxa escura quando seca. É utilizada como guarnição , em sushis ( enrolada em croquetes de arroz acidulado), ou cozinhada em água com tamari e usada como condimento. Nesse último caso, basta passar uma folha várias vezes sobre uma chama, até atingir uma cor esverdeada, e triturá-la depois entre os dedos; em seguida é utilizada para polvilhar sopas e demais pratos. Possui, em particular, elevado teor de cobalto e vitamina B12. Na costa atlântica européia recolhe-se uma espécie vizinha, a Porphyra umbilicalis. Ambas apresentam altos índices protéicos e vitaminas A, B1, B2, B12 e C. São diuréticas (promovendo a eliminação de toxinas), estimulantes da digestão e ativadoras da circulação sanguínea.
Fontes:

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Farmacologia Marinha


A atenção das grandes indústrias farmacêuticas só se voltou para o potencial farmacológico dos oceanos nos últimos anos. Isso é corroborado pela companhia PharmaMar, fundada em 1986, que ganhou nos últimos vinte anos uma divisão exclusiva e um investimento bilionário para pesquisa de fármacos de origem marinha - vinte anos é pouco tempo, levando em conta que todo o processo de descoberta, manipulação e liberação para o público dessas drogas leva cerca de quinze anos. Outra companhia, a Nereus Pharmaceuticals, fundada em 1998, já nasceu voltada para a farmacologia marinha. Existem hoje no mercado alguns fármacos cujo princípio ativo foi obtido de organismos marinhos - um exemplo é o analgésico isolado a partir veneno do molusco marinho Conus magnus, a ω-Conotoxina MVIIA ou Ziconotídeo.

O gênero Conus é encontrado sobretudo na região do Oceano Indo-Pacífico, preferindo água tropicais quentes, correntes ou profundas. Bentônicos, frequentemente estão associados a recifes de coral e pedras e suas conchas assumem uma forma geométrica similar a um cone invertido, como é típico da família Conidae.


Conus magnus é um gastrópode prosobranquiado que possui uma proboscíde associada a uma glândula de veneno. É carnívoro e utiliza seu veneno (ω-conotoxinas) para paralisar suas presas (pequenos peixes) em um curto período de tempo. Este veneno, se utilizado na dose adequada em humanos, inibe a geração de dor por meio do bloqueio do influxo de cálcio nos terminais neuronais, dificultando a neurotransmissão dos impulsos.
Essa substância substitui os analgésicos tradicionais morfina (que pode causar vício) e gabapentina, e apresenta, inclusive, um efeito mil vezes mais potente que a primeira.

Outros exemplos de fármacos de origem marinha:
Ecteinascidina – extraída dos tunicados, está sendo testada em humanos para o tratamento do câncer de mama e de ovário e de outros tumores sólidos.

Topsentina – Anti-inflamatório extraído das esponjas Topsentia genitrix, Hexadella sp. e Spongosorites sp..

Lasonolide –Agente anti-tumoral extraído da esponja Forcepia sp..

Discodermolide - Agente anti-tumoral extraído das esponjas abissais pertencentes ao gênero Discodermia.

Briostatina – Extraída do briozoário Bugula neritina, é um tratamento potencial para a leucemia e o melanoma.

Pseudopterosinas – Agentes antiinflamatórios e analgésicos extraídos do octocoral (chicote-do-mar) Pseudopterogorgia elisabethae que reduzem o inchaço e irritação da pele e aceleram a regeneração das feridas.



A maioria dos organismos que produzem essas moléculas tão fortes possui algumas características em comum: são sésseis ou com reduzida capacidade de locomoção, de corpo macio e desprovidos de estruturas físicas de defesa. A provável razão dessa semelhança é a função ecológica de ser venenoso (assegurar o sucesso do hospedeiro na competição por espaço e/ou na defesa contra predadores e microorganismos patogênicos). A alta potência da bioatividade dessas moléculas de origem marinha reforça essa hipótese da sua função protetora, pois elas devem superar a grande capacidade diluente da água do mar para atingir seu alvo e surtir efeito. Entretanto, no processo de transformação das "armas químicas" dos organismos marinhos em fármacos para uso humano, essa característica resulta na alta toxicidade destas moléculas ou em intoleráveis efeitos colaterais. O baixo rendimento do material, a complexidade estrutural dos produtos e sua consequente dificuldade de síntese somam-se à lista de motivos que dificultam o desenvolvimento de fármacos de origem marinha.

Fontes:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/saude/conteudo_263086.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u13910.shtml
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=microrganismos-marinhos-fornecem-principios-ativos-para-medicamentos&id=3097
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000300014&script=sci_arttext
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:r_eFHICXEOQJ:oarquivo.com.br/portal/index.php%3Foption%3Dcom_content%26view%3Darticle%26id%3D2101:5-animais-marinhos-que-voce-nao-acredita-que-podem-te-matar%26catid%3D74:curiosidades%26Itemid%3D394+conus+magnus+conhecida&cd=7&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-a
http://oceanexplorer.noaa.gov/explorations/07twilightzone/background/edu/media/drugstore.pdf

domingo, 20 de junho de 2010

Cosméticos à Base de Algas Marinhas




Técnicas para retardar o envelhecimento facial surgem a cada dia, mas a hidratação com produtos à base de algas marinhas é a grande novidade do mercado. A pioneira em utilizar as propriedades hidratantes é a suíça La Prairie, que mantém um spa em São Paulo e oferece ao mercado seu creme rejuvenescedor.



O produto é composto por Chondrus Crispus - extrato de algas marinhas- e extrato de Sarcodiotheca gaudichaudi fermentado, que possui importante ação protetora nutritiva e de estimulação do colágeno. O extrato é obtido por meio da aquacultura, o processo de cultivar algas marinhas em terra e outras plantas em um ambiente de água do mar cientificamente controlados.



Na composição do produto entram também água do mar purificada, naturalmente rica em minerais, que melhora a hidratação e reforça a barreira de lipídios na pele e reforça a adesão entre a epiderme e a derme; um complexo de microesferas encapsulados que adere às áreas da pele desidratadas, e extrato de Palmaria palmata (salsa marinha), que possui propriedades calmantes e antioxidantes.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pérolas




Um produto nobre e valiosíssimo extraído do mar são as pérolas. Elas são produzidas por moluscos bivalves, caracterizando um tipo de defesa desses animais. A formação natural da pérola se dá quando um sedimento ou microorganismo penetra na inserção entre o manto e a concha, causando uma irritação nesta região. Como proteção, o molusco produz várias camadas de nácar (substância brilhosa, produzida naturalmente pelos bivalves, que recobre o interior de suas conchas) em volta do corpo estranho, soldando-o na concha. Estas são as chamadas “meias pérolas”.


A pérola verdadeira, ou natural, baseia-se neste mesmo princípio, mas por algum motivo o sedimento, microorganismo ou mesmo um pedaço celular da membrana, penetra dentro do músculo, ou nas gônadas do animal. No interior do corpo do molusco começa a ocorrer a formação da bolsa perolífera, que envolverá totalmente o invasor. A bolsa perolífera começará então a depositar substâncias que irão se cristalizar, formando camadas sobre o corpo estranho. Desta forma desenvolve-se a pérola.


Mas nem todos os bivalves são capazes de produzi-lo, por isso as pérolas são encontradas apenas em ambientes marinhos de água quente ou dulcícolas. O Oriente e a Oceania são as regiões que apresentam as condições ideais para esse cultivo, sendo que o líder em exportação de pérolas para o mundo é o Japão.


A técnica de produção artificial de pérolas foi desenvolvida no Japão, iniciando no final do século XIX. Nas primeiras experiências os japoneses conseguiram obter apenas “meias pérolas” ou núcleos nacarados grudados na base da concha, sem muito valor comercial. Com o aprimoramento da técnica, as primeiras pérolas inteiras e esféricas de grande valor começaram a ser produzidas.


A pérola artificial é produzida nos mesmos moldes da natural, mas é provocada por métodos cirúrgicos, descritos a seguir:

1 Através de uma abertura milimétrica é introduzida a matriz que formará a bolsa perolífera (um pedaço da membrana meristemática do molusco);
2 Logo a seguir é colocado o núcleo, um pedaço de bivalve de água doce cortado e manufaturado de forma redonda, próxima à matriz;
3 Deve-se tomar cuidado para não se machucar as vísceras do molusco ou demorar muito no procedimento – isso evita o ressecamento da ostra;
4 Após o implante, as ostras são colocadas em cestas no mar ou em tanques especiais para recuperação, por uma ou duas semanas – neste local a temperatura deve ser superior a 13ºC, com boa correnteza;
5 Finalmente as ostras são transferidas em mar aberto, onde ficarão em colunas de cestas sustentadas por jangadas ou "marcadores", que são grandes bóias arredondadas. Após 3 a 5 anos as pérolas são extraídas, normalmente nos meses de Novembro a Janeiro, nos dias de frio intenso do inverno, onde atingem o maior grau de beleza e brilho. Demora-se, em média, entre três e quatro anos para que se forme uma pérola de bom tamanho.


Há alguns anos houve uma tentativa de cultivo de pérolas no Brasil, no mar do Maranhão, onde as águas possuem temperaturas relativamente altas. Foram importadas ostras do Oriente, que acabaram morrendo devido à diferença de pH da água.


Mas há uma espécie de ostra perlífera no litoral catarinense, a Pteria hirundo, que produz pérolas bonitas e ainda tem considerável valor gastronômico. O cultivo de ostras em Santa Catarina começou nos anos 80, com apoio da UFSC. Desde então a atividade vem se expandindo e constituindo alternativa de renda para muita gente, a ponto de ser considerada por muitos como o projeto da Universidade que mais trouxe impacto positivo para as comunidades litorâneas do estado. Mas a produção ainda não é suficiente para atender à escala comercial.